Archive for março 16th, 2009

16/03/2009

Ibama retoma Operação Arco Verde com ações sociais

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) retoma nesta segunda-feira a Operação Arco Verde, que prevê ações contra o desmatamento florestal e alternativas para o desemprego no setor madeireiro da Amazônia. Coordenada pela Casa Civil do Palácio do Planalto com a participação de 13 ministérios, as primeiras ações serão focadas nos 36 municípios que mais desmatam a Amazônia. Juntos, eles são responsáveis por 50% da destruição da floresta.

Lançada oficialmente em junho do ano passado, a Arco Verde vem recebendo muitas críticas porque, se de um lado a fiscalização e o combate ao desmatamento aumentaram, por outro a operação não conseguiu alcançar a principal meta: oferecer aos municípios que mais desmatam alternativas de transformar ações predatórias em atividades legais e sustentáveis.

Durante recente operação em Cujubim-RO, onde 11 mil m³ de madeira foram apreendidos, o presidente da cooperativa dos produtos da cidade, José de Souza Rodrigues, admitiu para o ministro, fiscais e imprensa que a maioria da madeira comercializada na cidade era ilegal. O predomínio da atividade ilegal, segundo ele, era fruto da falta de alternativas.

“Nessa segunda fase, além de continuar com as ações de fiscalização, vamos reforçar o lado social”, garantiu ao JB o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

A ideia, segundo o ministro, é facilitar o leilão dos produtos piratas como boi e madeira apreendidos em áreas de reservas florestais:

“O dinheiro arrecadado e a madeira apreendida serão usados na construção de escolas e casas populares e para a mão-de-obra vamos aproveitar o pessoal que ficou sem emprego porque atividades ilegais foram encerradas. Já fechamos essa parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego”, disse.

A parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego – que vai acelerar o seguro-desemprego para esse trabalhadores – assim como a realizada com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – que viabilizará bolsas assistenciais – faz parte das ações emergenciais que permearão a operação. A Arco Verde também está ancorada em ações estruturantes que vão de oferta de tecnologias sustentáveis a regularização fundiária.

Segundo o ministro, para articular essa nova fase, integrantes da operação visitaram o Amazonas, Rondônia e Mato Grosso na última semana para ouvir a demanda de seus respectivos gestores e redirecionar as políticas ambientais desses estados. Em Manaus, a coordenadora do programa Agenda 21, do MMA, Karla Matos, anunciou que serão investidos R$ 5,7 milhões para implementar o programa em 21 municípios da operação Arco Verde.

Ações multiplicadas
Na última sexta-feira, integrantes de 14 ministérios, Ibama e polícias Federal e Rodoviária Federal reuniram-se em Brasília para articular o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia para 2009. Estão previstas 300 ações, 100 a mais do que em 2008. O resultado dessa reunião será levado ainda esta semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ministro Carlos Minc.

Segundo o ministro, o fortalecimento das ações de fiscalização nas rodovias estão entre as prioridades do plano. E o Ibama, que está com um orçamento maior esse ano ¿ passou de R$ 60 milhões para R$ 80 milhões e vai contar com reforços, como aviões para observação de áreas afetadas, e também para transporte de fiscais e equipamentos.

De acordo com o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam), 50% do desmatamento do estado ocorrem em pequenos terrenos localizados nas margens de estradas clandestinas que se interligam em rodovias oficiais.
fonte: JB Online

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16/03/2009

Especialistas defendem maior uso de energia eólica no país

Casagrande afirma que Congresso pode ter grande influência na adoção de matriz que barateie custos para o consumidor e amplie a utilização das fontes alternativas

O Congresso pode ter uma influência importante na diversificação da matriz energética brasileira, no sentido de baratear os custos para o consumidor e conferir mais segurança ao sistema, com maior uso das fontes alternativas e renováveis de energia, como a eólica e a solar, afirmou ontem o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), senador Renato Casagrande (PSB-ES).

A declaração foi feita durante audiência pública requerida por Casagrande sobre a proposta de diretrizes para leilão de contratação de energia de reserva, proveniente de fonte eólica, que constam de portaria do Ministério de Minas e Energia.

– Como meta factível, podemos pensar em ter 10% da matriz energética com essas duas fontes, no prazo de dez anos. Elas são mais caras do que a energia hidrelétrica, mas bem mais baratas do que as termelétricas, seja a gás ou a óleo, e o governo tem feito vários leilões para térmicas.

Por sua vez, o diretor-geral da Aneel, Edvaldo Alves de Santana, explicou que o leilão de energia eólica deverá ser feito para contratação de energia de reserva, a ser colocada no sistema pelo operador sempre que necessário.

O professor de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília Ivan Marques de Toledo Camargo observou que há um crescimento exponencial da energia eólica no mundo, com mais de 150 mil megawatts já instalados na Dinamarca, na Alemanha e nos Estados Unidos.

Demanda

O conselheiro da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) Sérgio Marques disse que um aumento anual do produto interno bruto (PIB) brasileiro entre 2% e 3% anuais resultará numa demanda energética de 2 mil a 2.700 megawatts por ano.

Já o presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Paulo Mayon, defendeu maior participação da eólica na matriz energética, porque deslocará as termelétricas que são mais caras, com a enorme vantagem de ser uma energia renovável e limpa.

Ana Lúcia Dolabella, representante do Ministério do Meio Ambiente, considerou muito importante ampliar o leque de energias alternativas e renováveis no país, derrubando as barreiras para o uso de energia eólica ou solar, que são energias limpas. Ela afirmou que os leilões precisam ser anuais para dar segurança e regularidade ao sistema.

Veja mais informações no site: WWW.senado.gov.br/jornal